A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar:
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".
A essa hora a história já não faz mais parte de mim, é tudo passado, futuro, tempo vivido e não figurado. Já fui tantas coisas, ou melhor, já desejei ser tantas vezes o que não sou, que hoje apesar de me reconhecer tão facilmente, percebo que não tenho forma, e tudo que acontece atualmente é, foi e será sempre o meu presente. Vivido substancialmente e marcado constantemente.E é nesse meio que eu caminho, lento, feito escravo; escravo do meu tempo.
terça-feira, 28 de julho de 2009
(Bertolt Brecht)
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